existe muito de sacro no Amor;
é como as garras férteis de morte e vida
que nos remetem à destruição
existe um emblema discreto
quase que silencioso
sagrado, mesmo
dentro do amor entre um homem e mulher
é Ele:
que faz o sussurro virar grito,
o encontro ser confundido com destino
e a subversão acalentar apenas a moral e os bons costumes
existe esses dez mandamentos do Amor
que geralmente reza pelo sagrado feminino
revestido de perdão
para que todo o resto padeça
junto ao ópio da permanência
permanecer
desejo que haja revogação sobre o permanecer
dentro desse Amor
que se perde dentro de nós
é pouco,
sempre é
mas tudo que sentimos
é o sacro matrimonial da fé:
Ela, que se espreguiça
dentro da busca pelos amores sadios
e saudades reconstituídas
e o Amor que se parece
COM TUDO O QUE FALTA
Ele é mesmo sacro
árduo
e duvidoso
tal como a fé
por isso rogo o perdão que não sou capaz
me abocanho em trinta mil partes
todas elas solícitas e ingênuas
à reverência que faço:
para o Amor, que no final,
se envaidece
e tudo que fica é o profano
me tome pelas rédeas:
Amor sacro é macho, viril
em mim é apenas cético o gosto do Amar