Isadora de Castro
1 min readSep 11, 2023

existe muito de sacro no Amor;
é como as garras férteis de morte e vida
que nos remetem à destruição

existe um emblema discreto
quase que silencioso
sagrado, mesmo
dentro do amor entre um homem e mulher

é Ele:
que faz o sussurro virar grito,
o encontro ser confundido com destino
e a subversão acalentar apenas a moral e os bons costumes

existe esses dez mandamentos do Amor
que geralmente reza pelo sagrado feminino
revestido de perdão
para que todo o resto padeça
junto ao ópio da permanência

permanecer

desejo que haja revogação sobre o permanecer 
dentro desse Amor
que se perde dentro de nós

é pouco,
sempre é

mas tudo que sentimos
é o sacro matrimonial da fé:
Ela, que se espreguiça
dentro da busca pelos amores sadios

e saudades reconstituídas

e o Amor que se parece
COM TUDO O QUE FALTA

Ele é mesmo sacro
árduo
e duvidoso

tal como a fé

por isso rogo o perdão que não sou capaz
me abocanho em trinta mil partes
todas elas solícitas e ingênuas
à reverência que faço:

para o Amor, que no final,
se envaidece
e tudo que fica é o profano

me tome pelas rédeas:
Amor sacro é macho, viril

em mim é apenas cético o gosto do Amar